Quem ceder à vontade de fazer largas caminhadas pelas cidades ou lugares históricos é muito provável que seja surpreendido por tantas referências ilustrativas sobre importantes acontecimentos e personalidades. Por exemplo, caminhar por Lisboa em tempo de férias, ou seja, sem pressa e atarefado com imensas coisas, é uma oportunidade única para se conhecerem lugares, casas com história, onde pontificam lápides de grande interesse.
É o caso de uma casa na Rua Ramalho Ortigão, pelos lados de São Sebastião da Pedreira, onde morou a poetisa chilena, pedagoga e Prémio Nobel da Literatura, em 1945 (o primeiro atribuído a um escritor latino-americano), Gabriela Mistral (1889-1957). Viveu em Lisboa, entre 1935 e 1937, enquanto cônsul (consulesa) do seu país, cargo que exerceu em vários países.
Dame la Mano
Dame la mano y danzaremos;
dame la mano y me amarás.
Como una sola flor seremos,
como una flor, y nada más...
El mismo verso cantaremos,
al mismo paso bailarás.
Como una espiga ondularemos,
como una espiga, y nada más.
Te llamas Rosa y yo Esperanza;
pero tu nombre olvidarás,
porque seremos una danza
en la colina y nada más...
> Gabriela Mistral