Vamos pelo discurso directo: Terrorismo é, entre outras definições, qualquer acto violento dirigido contra pessoas, governo ou país, “destinado a impor determinados objectivos”. Sistema de terror para “tomar o poder”.
Ora bem, a estratégia criada para derrubar o poder tem muitas vias e regra geral tem por detrás apoios maquiavélicos. É preciso matar, mata-se, ou esfola-se. A eliminação tem de ser feita para que o caminho fique livre para aqueles que querem chegar ou voltar ao poder.
Pegar no monte emaranhado de notícias sobre o Sporting Clube de Portugal, em particular nas últimas semanas, a imagem que fica é que o histórico clube, com mais de 100 anos, é um covil de malfeitores e um barril de pólvora. Todos os dias rebentam petardos, novos ataques, emboscadas e armadilhas, avanços e recuos, tudo em nome do poder. O poder de quem foi eleito por cerca de 90 % dos sócios, o poder de quem quer chegar ao poder.
Quem lidera este podre ataque terrorista é, supostamente, os jornais e as televisões. Todos os dias, há várias semanas, a imprensa e a tv ocupam páginas e páginas, horas e horas, sobre a "nação" sportinguista. Ao ponto de nas televisões serem criados programas específicos para debater, rebater, esmiuçar, fuzilar, esgravatar ao tutano a vida de um clube que merece respeito por tudo quanto representa para um Portugal social e desportivo.
Pelos vistos, o Sporting veio salvar a programação das televisões, levantar audiências, bem como capitalizar os jornais em dificuldades financeiras. O principal “inimigo” do Sporting, nas últimas semanas, tem sido a Comunicação Social. Claro que, ardilosamente, alimentada por situações absurdas criadas de dentro para fora e de fora para dentro do clube. O poder cego de quem está no poder e de quem quer chegar ao poder está na origem da desassombrada linguagem terrorista.
Com tantas ilustres cabeças, não houve ninguém que tivesse a iniciativa de promover uma reunião entre as partes discordantes, a bem do Sporting. Os notáveis disparam das trincheiras e os que estão no terreno vão ripostando como podem. Numa guerra como esta, de metafórico terrorismo, ninguém sai a ganhar e o grande perdedor é o Sporting Clube de Portugal.
O futuro dirá...
João Godim
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