Pintou Lisboa através de janelas cheias de luz, retratos e paisagens com um traço inconfundível... Maluda, a pintora portuguesa nascida em Goa (Pangin, Índia) em 1934, morreu, faz hoje 20 anos, no dia 10 de Fevereiro.
O seu nome verdadeiro era Maria de Lurdes Ribeiro. Viveu em Moçambique desde 1948, onde despertou para a criação artística, como retratista autodidacta. Radicou-se em Lisboa na década de 60, onde fez os principais estudos de pintura, depois em Paris (bolseira da Gulbenkian), em Londres e na Suíça.
A sua vasta obra artística, que inclui também retratos de personalidades famosas – com destaque para os de Amália Rodrigues, Aquilino Ribeiro, Ana Zanatti, Vítor Crespo, está representada em serigrafias, tapeçarias, cartazes, painéis murais, ilustrações e selos de correio. Mas, as séries "Quiosques de Lisboa" e "As Janelas de Lisboa" é que a tornaram famosa.
A série dos quiosques, aliás, ficou consagrada numa colecção de selos dos CTT e ganhou o prémio mundial de "Melhor Selo", em Washington (1987). Fez exposições individuais em Nova Iorque, Washington e Dallas; ganhou vários prémios; foi condecorada com Ordem do Infante (1998) pelo então Presidente da República Jorge Sampaio; e foi grande amiga de Natália Correia, de Amália Rodrigues que, curiosamente também nos deixou no mesmo ano, em Outubro de 1999...
Maluda morreu cedo, aos 64 anos de idade, de doença prolongada. Mas o seu nome e a sua arte estão muitos presentes em Lisboa, principalmente, numa Rua da freguesia de Santa Clara, desde 2007, e ainda num fado que Carlos Zel lhe dedicou no seu álbum de 1993 - o "Fado Maluda" com letra de Rosa Lobato de Faria e música de Carlos da Maia.