Mutatis mutandis
O título de propriedade a todos pertence, todos somos proprietários mesmo quando não temos o testemunhado ou temos mas que está muito distante. O mundo é nosso, de todos nós, e quanto mais conhecemos o nosso mundo mais pequeninos somos.
Tudo o que existe de mais importante é nosso, de nós todos, desde o ar, o vento, o sol, a lua, as estrelas, as marés, os rios, as nascentes, a chuva, a neve, o granizo, o céu, as nuvens, a respiração, o atchim, o pó, as alergias, o mar, das mais aráveis e agrestes terras, das mais altas montanhas aos planaltos, tudo o que é indispensável para mantermo-nos vivos a todos pertence. Quem nos deu aceso a este nosso planeta foi Deus, o criador, depois veio Jesus, o redentor, dando liberdade aos seres humanos para aqui viverem sem parcelas de propriedade.
As regras e as leis foram invenções do homem para exercer domínios de uns sobre os outros. De minorias sobre maiorias. O homem apoderou-se do que a todos pertencia e pertence, dividiu o mundo em parcelas de terrenos, partilhou pelas suas castas a riqueza da terra e promoveu a guerra em nome da paz para justificar a posse de bens que a todos pertencem. O mundo está em guerra desde sempre, a indústria bélica tornou-se exponencialmente rentável, em desrespeito pela génese criadora. Continua-se a matar impunemente nas guerras de vários calibres.
O planeta é de todos, esta terra onde vivemos é nossa, as regras foram feitas à medida de cada poder instituído pelo homem, em nome da justiça são cometidas as mais bárbaras injustiças, desde a exploração à manipulação, desumana escravatura, fomento do racismo, odiosa xenofobia, aos detonadores da desordem social, destruição por dá cá aquela palha, polícias contra manifestantes, carros a arder, montras partidas, assaltos desordeiros, um mundo em conflitos hostis. Este nosso mundo é tão diferente daquele que imaginamos… mas é o mundo nosso.
< Mário V. Lacerda, psicanalista
João Godim
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