Nós somos o que fazemos
Faltam sempre palavras para falar de António Vieira (1608-1697), sacerdote jesuíta português e um dos maiores vultos da literatura portuguesa.
Morreu há 321 anos, no mês de Julho, foi missionário no Brasil, diplomata no reinado de D. João IV, visionário, autor de "A Chave dos Profetas", perseguido pela Inquisição, célebre pelos sermões antidogmáticos, pelas lições de vida que deixou em inúmeros escritos.
Entre essas "lições", destaca-se a que vem no Sermão de Quarta-feira de Cinzas, pregado pelo autor na Igreja de Santo António dos Portugueses em Roma, no ano de 1672, em que adverte para a fragilidade da vida e apela à real consciência de "sermos pó", apesar de desejarmos viver eternamente.
Fez muitas e importantes considerações: Primeiro - quanto tenho vivido? Segundo - como vivi? Terceiro - quanto posso viver? Quarto - como é bem que viva? Torno a dizer para que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi? Quanto posso viver? Como é bem que viva?"
Além disso, escreveu noutra ocasião: "Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos nos dias em que fazemos. Nos dias em que não fazemos apenas duramos."