Uma das maiores instituições de ensino superior destinadas à engenharia na Europa, a Universidade Técnica de Eindhoven, decidiu implementar um programa de contratações em que as vagas serão destinadas na totalidade a candidatas femininas, vigente nos próximos 18 meses.
De acordo com o diário espanhol El País, o plano de contratação, implementado no início deste mês, faz parte de um programa a cinco anos em que abrirão 150 vagas na Universidade e inclui um financiamento de 100 mil euros para investigação e um mentor para todas as candidatas. As vagas apenas destinar-se-ão a homens se não houver candidaturas femininas adequadas.
O plano reflecte também a vontade em homenagear a investigação feminina através do seu nome, sendo baptizado de Irene Curie, vencedora do Prémio Nobel da Química em 1935 e filha de Marie Curie, a única mulher a ter ganho tanto o Nobel da Física como da Química, e Pierre Curie, também galardoado pelos seus préstimos à ciência física em 1903.
Segundo os dados do Eurostat, permanece um desequilíbrio entre homens e mulheres a trabalhar em cargos de ciência e engenharia: 59% são profissionais masculinos, 41% são femininos. Portugal, no entanto, é dos países da União Europeia onde são mais as mulheres que os homens a trabalhar em áreas científicas, tendo o nosso país 51% de cientistas e engenheiras, apenas ultrapassado pela Lituânia (57%), a Bulgária e a Letónia (ambas com 53%). Os Países Baixos, por outro lado, encontram-se bastante mais abaixo, registando 39% de ocupação das posições científicas e de engenharia por mulheres.
João Godim
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