Viver a Páscoa
Na cruz, de braços abertos
Nesta “Sexta-Feira Santa”, longe de simbolizar um “escândalo” ou a recusa definitiva de um projecto, a cruz do Cristo apresenta-se de braços abertos, apesar de tudo… Nas palavras do Papa Francisco: “Não nos escandalizamos porque Jesus não se escandalizou por ter de curar doentes e libertar prisioneiros no meio das discussões e controvérsias moralistas, legalistas e clericais que suscitava sempre que fazia o bem.”
O “escândalo”, ligado à recusa da mensagem de Jesus e à sua “morte na cruz”, registou para sempre uma imagem de braços abertos, apesar de tudo… A voz de dor e o sentimento de aflição de há dois mil anos continuam a ressoar nos pobres, perseguidos, explorados, discriminados, fragilizados, vítimas de muitas situações mundanas…, que vêem na “cruz” um acolhimento concreto sem precedentes porque, na “cruz”, Cristo “provou ser mais forte do que o pecado” e no “sepulcro, derrotou a morte”.
Para muitos será uma vivência “irracional”, rodeada de “escândalo”, mas Cristo ficou de braços abertos na cruz e não se escandalizou por ajudar os necessitados e “dar a vista a cegos no meio de gente que fechava os olhos para não ver ou olhava para o lado”, como lembra o Papa Francisco.