O tema da renovação
Há 58 anos, no dia 11 de Outubro de 1962, iniciou-se em Roma o Concílio Ecuménico Vaticano II, um dos maiores acontecimentos mundiais do século XX que permitiu à Igreja aceitar, de modo mais eficaz e actuante, os desafios da modernidade, como sublinhou no discurso de abertura o Papa João XXIII: "O que mais importa ao Concílio Ecuménico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz", disse.
"Essa doutrina abarca o homem inteiro, composto de alma e corpo, e a nós, peregrinos nesta terra, manda-nos tender para a pátria celeste. Isto mostra como é preciso ordenar a nossa vida mortal, de maneira que cumpramos os nossos deveres de cidadãos da terra e do céu, e consigamos deste modo o fim estabelecido por Deus. Quer dizer que todos os homens, tanto considerados individualmente como reunidos em sociedade, têm o dever de tender sem descanso, durante toda a vida, para a consecução dos bens celestiais, e de usarem só para este fim os bens terrenos sem que seu uso prejudique a eterna felicidade", acrescentou o Santo Padre João XXIII (1881-1963), canonizado em 2014, juntamente com João Paulo II.
O tema da "renovação" foi o princípio orientador dos debates conciliares, de modo a que a "doutrina" fosse "aprofundada" e a Igreja intimada a "responder às exigências do nosso tempo”, sublinhou o "Bom Papa" perante cerca de 2500 cardeais, bispos e superiores de congregações e ordens religiosas reunidos na Basílica de S. Pedro.
Os trabalhos do Concílio duraram mais de três anos e foram concluídos já sob o pontificado de Paulo VI, em Dezembro de 1965.