Futebol tóxico, jogadores sem ética
O Marítimo da Madeira obteve, ontem, um resultado histórico (2-3) ao ganhar o F.C. do Porto (actuais campeões nacionais), no estádio as Antas, em jogo a contar para a principal Liga do Futebol português. Um jogo que surpreendeu pelo desfecho enganador. Antes do jogo começar (18.30 horas) o capitão e vice-capitão da equipa do F.C. do Porto, Danilo Pereira e Alex Telles, já tinham contrato assinado por clubes estrangeiros, já sabiam que estavam a disputar o último prélio pelo clube português. Vergonhoso! Profissionais indignos de vestir qualquer que seja a camisola de clubes profissionais. Alex, para além da má exibição, ainda falhou um penalti. Danilo, arrastou-se. No dia seguinte já cá não estavam. Há que pôr termo a estas e outras ilusões!
Os negócios do futebol são do que há de piorio no mundo do desporto. Uma roda de milhões inexistentes, brutais resultados financeiros engendrados, falência técnica em todos os orçamentos dos clubes, riquezas fabricadas e um maná de ganhos materiais inexplicáveis mas aprovados pelos cânones que superintendem e fiscalizam as tributações. Nem quando todo o mundo interroga-se o negócio do jovem futebolista João Félix do Benfica para o Atlético de Madrid, por 126 milhões de euros? Lavagem de dinheiro? Negócios que são um novo doping dos clubes, empresários e jogadores. O jogo Porto-Marítimo ficará para a história como uma mancha negra sobre a verdade desportiva, protagonizada por dois jogadores sem princípios e sem ética. Traíram a entidade patronal, o treinador, os colegas e iludiram milhares de adeptos. Futebol tóxico!
Implantação da República (I)
Há 110 anos, no dia 4 de Outubro de 1910, em Lisboa, deu-se início ao levantamento republicano, militar e popular, que acabaria com a Monarquia e implantaria, no dia seguinte, o regime republicano em Portugal. A desorganização do movimento neste dia 4, levou o almirante Cândido dos Reis a cometer suicídio, convencido que estava do fracasso e da impotência por parte das forças aderentes, do Exército e da Marinha.
No entanto, a maioria não desistiu e, segundo relato de alguns cronistas (cf. Luís Silva, em Rádio Cruzeiro): "Machado dos Santos assumiu então o comando da força revolucionária e acabou por vencer as tropas monárquicas comandadas por Paiva Couceiro e entrou para a História com o título de Herói da Rotunda. A Norte de Lisboa e quando se ouviram, ainda de madrugada, na Calçada de Carriche, o troar dos canhões, para os republicanos era a certeza do derrube da monarquia.
No Centro Escolar Republicano, que ficava no Largo do Chafariz, actual Largo 4 de Outubro, reuniram-se o farmacêutico Augusto Moreira Feio, o padeiro Manuel Marques Raso, o operário Jacinto Duarte, o escrivão José Joaquim Veiga, o comerciante Joaquim Augusto Dias, o ourives António Rodrigues Ascenso, o regedor José Paulo Oliveira e José Ferreira Cleto, que juntamente com muitos outros cidadãos esperaram o desenrolar dos acontecimentos. Às 15 horas, os oito homens nomeados para constituir a Junta Revolucionária dirigiram-se aos Paços do Concelho, ocuparam o edifício e hastearam, pela mão de Joaquim Augusto Dias a bandeira com as cores republicanas e declararam pela voz de Augusto Moreira Feio, a implantação da República, em Loures."
A proclamação definitiva da República aconteceria no dia 5 de Outubro, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa, com grupos partidários revolucionários que não pararam de incentivar as massas populares para o "êxito" da "Revolução".