Monoteísmo judeo-cristão à fraternidade
Hoje é sábado, 3 de outubro, dia em que o Papa vai reafirmar: fratelli, tutti, com a mesma dignidade. Pediram-me há mais de um ano para benzer três estátuas dos arcanjos festejados em 29.10.2020. Que sentido? Muitos ainda deformam e ocultam com fakenews a história do monoteísmo judeo-cristão que trouxe a maior revolução político religiosa, a qual com Jesus Cristo no N. T., se tornou mais decisiva, como estou lendo numa introdução à história do cristianismo de Arnold Angenendt (cf. Manfred Lütz, Escândalo dos escândalos).
A religião monoteísta irrompeu no Próximo Oriente há mais de três mil anos; e depressa a fé num Deus único alimentou expetativas constantes. Os profetas do A. T. não se calavam. Viria um Salvador a pedir a mente, os corações e as ações dos homens; não se contentava com ritos exteriores hipócritas. A chegada de Jesus foi anunciada pelo arcanjo Gabriel, força de Deus. Jesus era a luz no meio de trevas de deuses fabricados por homens!
O Deus único ia antepor-se às mitologias egípcia, grega, romana, indiana e às “religiões” ideológicas modernistas do iluminismo, racionalismo, liberalismo, marxismo, comunismo, nazismo, relativismo... Ia dizer não às desigualdades e às guerras entre os humanos. Ia dizer que todos são criados pelo único Deus trinitário; todos seus filhos, com a dignidade por serem sua imagem e semelhança.
O Papa vai reafirmar esta maravilha do monoteísmo cristão na encíclica “Fratelli tutti”, no dia de hoje, em Assis. Como ele já o disse: a “fraternidade humana nasce da fé em Deus que é Pai de todos e Pai da paz”. Por isso, todos filhos e todos irmãos. Para Deus não há aristocratas, super-ricos, clãs e tribos, castas superiores brâmanes ao lado de raças inferiores, dolits, plebeus e escravos. Todos, a mesma dignidade. O Cristianismo renovou o Antigo Testamento ao decretar amor mesmo aos inimigos, proibir todo o homicídio e a compra e venda de escravos.
É revolução pacífica contra todas as castas, as mitologias politeístas bárbaras da bacia do Mediterrânio, e as dos sacrifícios humanos de Incas, Aztecas, Maias, Africanas. Jesus Cristo faz-se representar por todos os pequenos, pobres, escravos e os sacrificados aos falsos deuses. Esta dignidade ia ser crítica constante à adulteração judaico-cristã do islão com desigualdades entre homens e mulheres, jihads e escravizações, dentro e fora de cada povo e de cada religião. (Para mais leitura o livro de Manfred Lutz, Escândalos dos Escândalos, a História secreta do Cristianismo (2019).
> Pe.Aires Gameiro
Morreu em Outubro de 2008, aos 78 anos de idade. Dinis Machado, jornalista, escritor, autor de vários livros, tendo obtido êxito com o romance "O Que Diz Molero", publicado pela primeira vez em 1977. Antes desta obra, e outras, Dinis Machado (1930-2008) assinou três policiais com o nome Dennis McShade. "Com Peter Maynard, o seu assassino profissional, ensaiou uma linguagem própria, porque sempre quis ser um novelista capaz de dizer tudo num só livro”.
Natural de Lisboa, viveu a infância no Bairro Alto e na juventude seguiu de perto as redações dos jornais que por ali se inauguravam com muita paixão e arte. Muito cedo, passou a fazer parte das equipas de jornalistas mais notados e competentes do seu tempo, trabalhou no Record, no Norte Desportivo, no Diário Ilustrado e no Diário de Lisboa. Dedicou-se ainda à banda desenhada e à crítica de cinema, e organizou (na década de 60) os primeiros ciclos de cinema da Casa da Imprensa.
"O Que Diz Molero" é uma história de "aventuras de um rapaz que procura o sentido da vida", através do relato feito pelo detective Molero a chefes de uma "organização meio secreta". Os episódios, tal como as aventuras, "seguem-se num ritmo alucinante, utilizando uma linguagem que mistura poesia e calão, sem fronteiras entre a tragédia e a comédia."