Labor Omnia Vincit
A Maçonaria está a sair da “clandestinidade” na Madeira, depois de longos anos de secretismo, sem nunca deixar de ser actuante em determinados períodos da actual democracia, como tantas vezes denunciou(…) Alberto João Jardim, ex-presidente do Governo Regional.
A primeira loja maçónica, de origem inglesa, surgiu na Madeira nos anos 60 do século XVIII. Nos anos 20, do mesmo século, tinha sido constituída a primeira Loja Maçónica em Lisboa, por comerciantes ingleses. A crescente comunidade inglesa na Ilha criava oportunidades para a maçonaria.
Já este ano (em Março), na zona oeste da Ilha, teve lugar a consagração da loja "Britannic Lodge’ madeirense, durante uma cerimónia presidida pelo Grão-Mestre da Grande Loja (Legal) de Portugal, Júlio Meirinhos. No acto participaram mais de setenta maçónicos, entre os quais membros do continente português, Grande Loja da Inglaterra, Grande Loja Nacional Francesa, Grande Loja Regular da Sérvia, Grande Loja da Índia, bem como o Grão-Mestre Provincial de Yorkshire, West Riding, David Pratt.
A loja "Britannic Lodge" da Madeira tem origem numa nas raízes mais antigas da maçonaria inglesa. A loja predecessora, com o registo nº. 3683, foi encerrada em 1932, por determinação do Estado Novo, liderado por Salazar. A opção foi transferir a loja maçónica madeirense para Inglaterra, vindo a cair no esquecimento. Em 2005, voltou a ter sede no Funchal, com o número 134.
O lema da loja Britannic Lodge’ é: “Labor Omnia Vincit” (“O Trabalho vence tudo”). Os maçons da loja madeirense reúnem quatro vezes por ano (Fevereiro, Abril, Outubro e Dezembro). Tal como no passado, mantém-se a controversa em torno da maçonaria, até que a "luz da verdade" venha tudo clarificar.
São cada vez mais os Estados que legalizaram o consumo da canábis. O Canadá foi o primeiro dos países do G7 a fazê-lo e por todo o mundo circularam as imagens de quem festejou essa decisão com bandeiras onde a folha dessa planta substituía a folha de ácer da bandeira nacional.
Por ocasião das últimas eleições de midterm, um referendo no Estado do Michigan, e apesar da clara oposição de várias forças da sociedade civil (entre elas a Igreja Católica), fez com que este se juntasse aos outros nove Estados norte-americanos (onde se inclui a rica e populosa Califórnia) onde já vigora tal regime.
A legalização do consumo da canábis para fins terapêuticos (que vigora num número maior de Estados) têm-se revelado como uma etapa prévia da legalização do consumo para fins recreativos e estudos vários revelam que a legalização do consumo para fins terapêuticos (cuja justificação também não deixa de ser controversa) faz incrementar, na prática, o consumo para fins recreativos (vejam-se o livro de Ed. Gogek Marijuana debunked, Chiron Publications, e um estudo de Junho de 2017, da Jama Psichiatry). Não é de admirar que esta vaga também venha a atingir Portugal (onde já foi aprovada a legalização do consumo da canábis para fins terapêuticos).
Os defensores da legalização do consumo da canábis invocam um princípio geral de respeito pela autonomia individual e o propósito de contrariar e eliminar o mercado clandestino, dominado por associações criminosas. Os níveis de consumo não aumentariam, seriam apenas transferidos do mercado clandestino para um mercado legal e controlado.
No entanto, a experiência, já de alguns anos, dos Estados norte-americanos que legalizaram o consumo da canábis para fins recreativos, como o Colorado, demonstra claramente que esse propósito não foi atingido. Uma experiência que foi invocada (sem êxito, porém) pelos que agora se opuseram à proposta em discussão no Michigan (veja-se o sítio www.healthyandproducitvemi.org).
Na verdade, neste período aumentou enormemente o consumo dessa substância, aumentaram as hospitalizações devidas a doenças mentais desencadeadas por esse consumo, e também a criminalidade e os acidentes com ele relacionados.
O mercado clandestino não desapareceu, desde logo porque proporciona preços mais baixos, livres de impostos. Também cresceu o consumo (ilegal) por parte de crianças e adolescentes.
Mais do que a fenómenos localizados, assistimos a uma verdadeira corrida a oportunidades de negócio que atraem grande empresas. Estas mobilizam-se em ações de lobbying a favor da legalização e captam investidores na perspetiva de astronómicos ganhos futuros.
No Canadá são mais de uma centena as empresas deste ramo cotadas na bolsa e as cinco maiores viram a sua cotação multiplicada por dez. Na Califórnia as startups deste ramo viram duplicar o seu volume de negócios no último ano. Na expressão do jornalista italiano Pietro Saccó (em Avvenire de 14 de outubro de 2018), este é «o investimento predileto da finança menos escrupulosa». Não sei se políticos que se afirmam “progressistas” pensam nestas consequências da legalização do consumo de canábis quando a propõem….
Porque nenhuma pessoa é uma ilha isolada, o consumo de qualquer droga não deixa de ter repercussões sociais. Não tem sentido invocar a liberdade pessoal quando esta liberdade acaba por ser a principal vítima da dependência que qualquer droga provoca.
Legalizar o consumo de droga envolve sempre uma mensagem de permissividade que contraria qualquer esforço pedagógico de limitação o seu consumo e que também explica a continuação ou aumento do consumo clandestino.
E não se compreende que as limitações do consumo de droga e álcool, em que políticas de saúde pública se têm empenhado tanto nos últimos anos, sejam agora frontalmente contrariadas por políticas de legalização do consumo da canábis.
> Pedro Vaz Patto (In Voz da Verdade, Patriarcado de Lisboa)