Se fosse vivo, o escritor madeirense Horácio Bento de Gouveia (1901-1983) faria, hoje, 5 de Setembro, 117 anos. Mas... os escritores vivem para sempre através da sua obra, como é o caso deste escritor, nascido na freguesia de Ponta Delgada, em cuja igreja paroquial será celebrada nesta data uma missa, em sua memória. "Há vida para além da morte", dizia.
Autor de vários livros de cunho insular e regionalista, Horácio Bento de Gouveia foi contemporâneo de Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Vitorino Nemésio, entre outros romancistas de eleição e infelizmente pouco lidos hoje em dia.
Casa-Museu Horácio Bento de Gouveia, Ponta Delgada (Madeira)
A procura e a leitura dos clássicos parecem estar "fora de moda", apesar dos muitos recursos ao dispor dos interessados e leitores em geral, como sejam as bibliotecas públicas ou municipais. Ainda assim: "Há uma grande carência de informação e divulgação do que é uma biblioteca municipal, uma biblioteca pública, dos seus serviços e da gratuitidade. (...) É a mais valia que temos de explorar".
O relatório mais recente sobre bibliotecas públicas portuguesas, de 2016, mostra uma realidade assimétrica, um país a várias velocidades e isso reflecte-se também no tipo de serviço que é disponibilizado aos leitores e utilizadores.
Segundo o documento, a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas tinha naquele ano 1,4 milhões de utilizadores inscritos e registou 6,2 milhões de visitas.
Em Portugal, existem 303 bibliotecas municipais, com valências gratuitas para os utilizadores, como acesso à Internet, requisição de livros e escuta de um disco, mas ainda há cinco municípios que não dispõem destes equipamentos.
Horácio Bento de Gouveia, para além de escritor, foi também professor no Liceu Jaime Moniz (Funchal) e jornalista.
"Nós não somos do século d'inventar as palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do século d'inventar outra vez as palavras que já foram inventadas". (José de Almada Negreiros)
João Godim
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