Jardins do Palácio de Belém receberam, este ano, a 3.ª edição da Festa do Livro. Na imagem, a imponente estrutura do Jardim da Cascata mandada construir por D. Maria I, onde albergava aves exóticas, tendo ao centro a estátua de Hércules, a marcar o eixo central do jardim.
Este ano a Festa do Livro começou quinta-feira (30 de agosto) e termina amanhã (2 de setembro). Ao todo: 48 editoras, 79 bancas, 10 mil livros e mais de 25 mil visitantes. A entrada gratuita, concede a possibilidade de visitar a biblioteca e arquivo da presidência, o museu nacional da república e o jardim botânico tropical.
Nos jardins, com séculos de existência, foram outrossim criadas áreas para as crianças e para a restauração. A programação diária contempla música, cinema, debates, contos, histórias, ginástica e jogos tradicionais, bem como a presença de autores. Hoje, o autor-convidado foi Ramalho Eanes, o primeiro presidente da República eleito, depois do 25 de abril de 1974.
Guardar o passado, fortalecer o futuro
O Arquivo e a Biblioteca Apostólica, cuja responsabilidade D. José Tolentino Mendonça assume este sábado, são “uma garantia da vitalidade e do futuro da própria Igreja”. Em declarações à Agência ECCLESIA o novo responsável referiu a sua intenção de dar “uma nova oportunidade àqueles textos”.
“Uma biblioteca é um lugar de cultura, de pensamento, de diálogos, de encontros, é uma fronteira da ciência, onde se guarda a memória mas também onde pulsa o desejo de futuro”, afirmou o novo bibliotecário e arquivista da Santa Sé.
D. José Tolentino Mendonça referiu que uma biblioteca “é um espólio que representa a memória dos homens” e ao mesmo tempo representa “uma força de futuro”, semelhante à força das raízes que “não são o passado da árvore, mas a garantia da sua vitalidade”.
“Para mim não há diferença entre uma biblioteca e um jardim”, referiu, no final da celebração em que foi ordenado bispo, no passado dia 28 de julho no Mosteiro dos Jerónimos, data em que completava 28 anos de sacerdócio. Para o novo responsável no Vaticano, “uma biblioteca é a possibilidade de estabelecer novos nexos e de dar uma nova vida aos textos”.
“Por um lado, penso que cabe ao bibliotecário zelar pela integralidade daquele tesouro e fazer tudo para que ele passe nas melhores condições às gerações futuras; ao mesmo tempo, colocá-lo a falar para o presente, dando uma nova oportunidade àqueles textos, permitindo novos encontros que sejam uma sementeira de diálogos, da construção da paz, que é no fundo aquilo que está por detrás da finalidade da cultura”, acrescentou.
D. José Tolentino Mendonça nasceu em 1965 na freguesia e concelho de Machico (Madeira). Doutorado em Teologia Bíblica, foi ordenado padre em 1990 e desempenhou há bem pouco tempo o cargo de vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, instituição onde foi também professor durante largos anos.
Homem de cultura, é uma das vozes mais destacadas da actual poesia portuguesa e autor de vários livros, entre obras de ensaio, doutrina e literatura.
A tomada de posse do novo cargo acontece hoje, dia 1 de Setembro, em Roma; e amanhã D.Tolentino Mendonça será distinguido pelo jornal "Avvenire", da Igreja Católica, em Itália, publicação de que foi colaborador/cronista durante vários meses.
João Godim
FREELANCER
Mil Canções
dos últimos 30 anos
>REPORTAGENS