Ao ver cestos e bandejas de vime, nas pequenas feiras rurais portuguesas, a memória leva-nos para a riqueza que a indústria do vime dava ao país, com centenas de empresas de norte a sul e ilhas adjacentes, milhares de postos de trabalho e um volume de exportação da ordem de milhões de contos (moeda antiga). Uma fonte que começou a secar a partir de meados dos anos 60 do séulo XX, por causa dos chineses...
Com uma mão de obra barata e impedidos de se manifestar por melhoria salarial, os trabalhadores chineses trabalham mais horas que os europeus, ganham menos e não têm alternativas. Com base em tais condições precárias, os produtos do vime (cestos, bandejas, etc) da China chegavam (e continuam a chegar) à Europa a preços sem concorrência. O mesmo aconteceu com o bordado e outros valores tradicionais.
Passados meio século, a presença chinesa em Portugal e na maioria dos países europeus, pontua em sectores que vão desde o artesanato ao comércio, dos seguros à banca, da energia às novas tecnologias e até ao futebol. Há inclusive clubes portugueses cujo presidente da SAD é chinês. Não há quem possa precisar qual o volume de negócios do estado chinês em Portugal. Em vistos "gold" são da ordem das centenas e o investimento do capital chinês cresce dia a dia.
Portugal perde para a China em matéria de negócios, com uma balança comercial claramente deficitária, e o domínio tende a expandir-se. Tudo terá começado com o vime e o bordado... de olhos pequeninos e cabeça de investidor, vão os chineses fazendo as suas conquistas em território estrangeiro.