Corrupção é a pior chaga social
Uma das palavras mais citadas no mundo da política, entre outros campos da actividade social, é a palavra "corrupção". A ela se liga uma rede sinónima de influências, compadrios, desrespeito pelo bem comum, aproveitamentos interesseiros e criminosos... A ela se juntam vários dramas, tráficos, delitos, falsidades, guerras e injustiças...
É um fenómeno mundial, que se arrasta desde há séculos, e que só poderá parar com o compromisso individual, quando cada um assumir uma consciência sem hipocrisias ou falsos comportamentos, dizem os estudiosos da matéria.
Por muitas leis que haja, só uma atitude firme, própria de uma personalidade sólida, poderá combater a corrupção, através de denúncias públicas ou manifestações cívicas de grande nível ideológico ou moral.
Fora isto, perde-se tempo em escaramuças, acusações e litígios judiciais, que arrastarão os processos contra os corruptos para além do tempo contemporâneo e com a agravante de serem inocentes os que virão a ser condenados...
Há exemplos que sobram para ilustrar estes assuntos que enchem a informação e os noticiários do nosso quotidiano; e, também, existem escritos que merecem uma atenção especial, como o recente livro "Corrosão" do cardeal Peter Turkson (responsável pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, no Vaticano), com prefácio do Papa Francisco.
Na sua definição originária, a corrupção entronca na mesma raiz da palavra coração (cor). "Ela nasce", explica o Papa, de "um coração corrupto e é a pior chaga social, porque gera gravíssimos problemas e crimes que envolvem todos. A palavra corrupto recorda o coração roto, o coração partido, manchado por alguma coisa, arruinado como um corpo que, na natureza, entra em processo de decomposição, libertando mau cheiro". Sem mais comentários.