Vivia "à grande e à francesa"
Mata Hari foi fuzilada, em outubro de 1917, sob a acusação de ser uma agente dupla, a favor da Prússia e da França, ao mesmo tempo, em plena Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Cem anos depois, continua a suscitar polémicas e curiosidades.
O seu verdadeiro nome era Margaretha Zelle, mas passou à História como Mata Hari. Natural da Holanda, tinha 27 anos quando chegou a Paris, em 1903, após divórcio de casamento (o marido era um oficial da Marinha 20 anos mais velho que ela) e tornou-se modelo do pintor Octave Guillonnet.
Começou então a dançar em salões privados com o cognome de Lady Mac Leod, antes de ficar famosa como Mata Hari ("o Sol" em malaio), com "danças indianas", como se lembrava da época em que viveu com o marido nas Antilhas Holandesas.
Emile Guimet, fundador do museu parisiense de artes asiáticas, abriu-lhe a sua sala de espectáculos para actuações artísticas que ficaram famosas e se prolongaram até aos teatros parisienses da moda, como o Folies-Bergère e o Olympia, bem como a outras capitais europeias.
Viveu nos Champs Elysées, a principal avenida de Paris, onde foi cortesã, chegando a ter ministros entre os seus clientes. Vivia “à grande e à francesa”, até explodir a guerra, em 1914. E, em 1915, Margaretha Zelle ou Mata Hari regressou à Holanda. No início de 1916, endividada pelo seu estilo de vida, aceitou que um diplomata alemão pagasse as suas dívidas em troca de informação. Tornou-se assim a “agente H 21”.
De volta a Paris, conheceu o capitão Ladoux, um oficial de contra-espionagem, que não confiava muito nela. Mas Mata Hari estava convencida que ninguém lhe poderia fazer mal, porque se relacionava muito com ministros e políticos em geral, e achava-se intocável. No entanto, Ladoux preparou-lhe uma armadilha. Incumbiu-a de diversas missões e vigiou-a.
No Verão de 1916, aumentaram as suspeitas quando ela se apresentou no serviço de informação do Exército francês a pedir um salvo-conduto para ir a Vittel, onde a França construía uma base aérea. Conseguiu o passe, mas foi o princípio do fim. No início de 1917, interceptaram uma mensagem da Alemanha que provava que “H 21” era uma agente dupla.
Segundo historiadores, os alemães sabiam que os franceses decifrariam o texto, o que significa que a abandonaram à própria sorte intencionalmente. Foi detida em Fevereiro, no então Hotel Palácio do Eliseu (hoje sede do Executivo francês) e levada para a prisão. Pouco tempo depois, foi condenada à morte e acabou por ser fuzilada, em outubro de 1917, aos 41 anos de idade.
No fim, quando lhe perguntaram se tinha alguma revelação a fazer, Mata Hari teria dito: “Nenhuma. E se tivesse alguma guardaria para mim”. A sua fama continuou para além da morte; e seu mito de “bailarina e mulher fatal” tem inspirado cineastas, escritores e investigadores.
Portugal é o único país da União Europeia a impor limites nos pagamentos em dinheiro. Pagar em notas ou moedas só é permitido em compras até 3 mil euros, seja para os particulares como para as empresas. Uma medida que está a gerar alguma polémica, mais agora na quadra de Natal.
A Assembleia da República aprovou uma legislação que proibe pagamentos em dinheiro acima dos três mil euros. “É proibido pagar ou receber em numerário em transacções de qualquer natureza que envolvam montantes iguais ou superiores a 3.000 euros ou o seu equivalente em moeda estrangeira”.
Claro que não são muitos os portugueses (bem pelo contrário) a efectuar compras da ordem dos três mil euros e os que têm tal possibilidade recorrem ao pagamentio fracionado até atingir tal montante ou mais.
Uma lei contra-natura difícil de aplicar. Há notícia de um deputado a pagar em notas, no C.C. das Amoreiras (Lisboa), por compras efectuadas no valor superior aos três mil euros. A lei quase que obriga ao uso do cartão multibanco (dinheiro plástico). É o primeiro Natal em que tal acontece.
João Godim
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