Em todos os regimes políticos, da democracia à ditadura, vamos encontrar procedimentos de aproveitamento dos cargos e das funções na área da política. O poder parece facilitar a corrupção, o enriquecimento, as manipulações e aldrabices que acabam por lesar o país e os cidadãos, em geral. Nas campanhas eleitorais comportam-se como “messias” para o povo, no parlamento parecem turras aos gritos, no governo desgovernam e na vida social evitam aparecer.
Porque acreditamos que nada acontece por acaso, a detenção, esta terça-feira, de Nicolas Sarkozy, ex-chefe do governo francês, não nos surpreendeu. Terá recebido cinquenta milhões de euros do ex-presidente da Líbia, Muammar Kadafi, para a campanha eleitoral presidencial francesa. Um crime punido por lei.
O poder do dinheiro, uma vez mais, falou mais alto. Sarkozy cedeu ao ditador líbio, Kadafi, pondo em causa a imagem da própria grande nação francesa. Kadafi foi preso e morto pelos seus conterrâneos, devido às atrocidades cometidas. Sarkozy deixou-se seduzir por dinheiro de um detestável ditador. Entre a França e a Líbia vão séculos distintissimos de história cultural, social e cívica.
Tudo isto é chocante. Ver o ex-chefe do governo português, José Sócrates, ser preso, foi desagradável. Ver, o ex-chefe do governo francês, Nicolas Sarkozy, detido é ainda mais perturbante. É que a França é uma das grandes potências mundiais e dos países mais evoluídos. A França e Portugal são países europeus e não do terceiro mundo.
Sarkozy, presidente da França, entre 2007-2012; Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, entre 2005-2011.