lição magistral para o nosso tempo
Neste ano de 2017, assinalam-se os 150 anos do nascimento de três grandes escritores portugueses: Camilo Pessanha (1867-1926), António Nobre (1867-1900) e Raul Brandão (1867-1930).
Os dois primeiros notabilizaram-se através da poesia, na chamada corrente simbolista; os dois foram emigrantes e deixaram apenas um título impresso:
António Nobre viveu em França, onde foi estudar na Escola Livre de Ciências Políticas, passou pela Madeira em busca de alívio e cura para os males da tuberculose, e deixou as suas poesias no livro "Só";
Camilo Pessanha viveu em Macau e publicou em vida apenas um único livro de poesias, “Clépsidra”; os dois foram influenciados pela nostalgia da pátria distante, um sentimento de saudade que sustenta a actualidade dos seus versos.
Raul Brandão, jornalista e escritor, a sua obra literária é das mais relevantes para se conhecer, ainda hoje, a identidade portuguesa nos seus aspectos genuínos, simples e concretos. É autor de importantes livros de especial dimensão humanista e criativa, como "Húmus", "Os Pescadores", "As Ilhas Desconhecidas", "Os Pobres"...
Mais recentemente, para assinalar o 150.º aniversário do seu nascimento, publicaram-se as suas Memórias, num único volume: Memórias pessoais, memórias do contexto social, político e cultural em que viveu, memórias das pessoas com quem conviveu, memórias que retratam as duas primeiras décadas do século XX com uma autenticidade extraordinária.
Raúl Brandão, António Nobre e Camilo Pessanha
Vale a pena voltar a ler estes autores; os centenários que encarnam constituem uma lição magistral também para o nosso tempo.