Isabel do Carmo, médica, 77 anos de idade, considera que “tem havido um défice de informação sobre os factos relacionados com acções armadas que ocorreram antes do 25 de Abril, na luta contra a ditadura”. Diz que “a nossa história contemporânea deverá incluí-los como parte dessa luta”.
Foi uma activista na luta armada, a actuar na clandestinidade, perseguida e presa pela Pide/DGS, por combater a ditadura. Empunhou armas e usou-as sem vacilar, vindo a liderar as Brigadas Revolucionárias. Foi há pouco mais de meio século (50 anos) e já poucos se lembram. O livro que acaba de escrever (A Luta Armada) é um testemunho vivo e de quem viveu activamente momentos rebeldes e audazes. A ideologia política não é aqui ponto de honra.
Isabel do Carmo não esconde a sua ficha de guerrilheira. “Pertenci a uma organização armada. Este facto faz-me reflectir sobre a matéria, tanto no que diz respeito ao nosso país como a outros países europeus. A reflexão estende-se à questão da violência em geral e os antecedentes históricos dos que se reclamam do socialismo nos últimos dois séculos, com continuidade que vem até aos nossos dias”.
Uma mulher de armas… que pegou em armas para combater a ditadura em Portugal. Caso único!? Uma história recente, verídica, que nos ajuda a compreender melhor as lutas travadas para derrubar uma ditadura e conquistar a liberdade. Recomenda-se.