A Comissão de Património Mundial da UNESCO declarou, no passado mês de Julho, a cidade velha de Hebron, na Cisjordânia ocupada, “zona protegida”, enquanto “local de valor universal excepcional”. A UNESCO é a Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas (ONU). A inclusão de Hebron na lista teve 12 votos favoráveis, seis abstenções e três votos contra.
A classificação de Património Mundial é atribuída a locais considerados de importância única para o mundo e a humanidade e determina o estabelecimento de medidas que garantam a sua preservação.
Trata-se de uma decisão importante, entre tantas outras que são tomadas ao longo do ano por estas instituições que defendem o património construído a nível mundial, sem olhar a regimes políticos, credos ou outras identidades. Mas, esta recente decisão de “classificar” Hebron foi mal aceite pelos EUA e por Israel que decidiram, unilateralmente, sair da Unesco.
A resposta imediata do primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, foi que iria terminar a construção do centro de visitantes Kedem Center, na zona ocupada de Jerusalém oriental, “para mostrar os achados históricos e arqueológicos da Cidade de David”; reduzir as quotas para a UNESCO; e, nos últimos dias, anunciou que Israel vai sair da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, depois de os Estados Unidos terem também decidido o mesmo, condenando o que dizem ser o preconceito anti-israelita.
Os EUA conservam um estatuto de observador, acrescentou o Departamento de Estado, em vez da sua representação na agência da ONU sediada em Paris. Mas, é curioso, esta não é a primeira vez que EUA deixam a UNESCO, conforme o que mais lhe interessa enquanto potência mundial… Os Estados Unidos já deixaram a UNESCO entre 1984 e 2003.
Agora, em defesa de Israel, afirma –se uma vez mais contra UNESCO, chegando a apelidar de "afronta à história", a sua decisão de declarar a antiga cidade de Hebron, na Cisjordânia, uma "zona protegida" do património mundial.
Hebron é o lar de cerca de 200 mil palestinos e centenas de colonos israelitas que estão entrincheirados num enclave protegido por soldados israelitas, perto do local sagrado que os judeus chamam de "Túmulo dos Patriarcas" e os muçulmanos de "Mesquita de Ibrahim".