> O presente está sempre a passar para o passado e o futuro está sempre a passar para o presente" (Ir. Gabriela, 7.10.2017).
Procissão à luz de archotes e velas
Machico é a terra onde os navegadores portugueses aportaram, pela primeira vez, na ilha da Madeira, em 1419. Neste fim-de-semana, na paróquia machiquense, vive-se uma das mais importantes devoções religiosas de que há memória em toda a Madeira, como acontece também com as seculares festas em honra de Nossa Senhora do Monte (em Agosto) e do Senhor Bom Jesus de Ponta Delgada (no mês de Setembro).
A Festa do Senhor dos Milagres, com origens no início do século XIX, surge no contexto da aluvião de 1803 que assolou o arquipélago madeirense, com particular incidência no Funchal e em Machico (a leste da ilha). Aqui, ao registo da tragédia, ficaram associados o desaparecimento de um antiga capela e o arrastamento da imagem de Cristo crucificado para o mar, e que seria encontrada três dias depois...
A população, na sua maioria constituída por pescadores, viu neste facto um sinal do céu e prometeu desde então fazer uma festa ao "Senhor dos Milagres". A tradição mantém-se até hoje e não se confunde com uma expressão religiosa qualquer, porque o que mais se destaca é a fé de milhares de devotos que se incorporam numa longa procissão realizada na noite do dia 8 de Outubro, à luz de archotes, a acompanhar o Senhor dos Milagres que deixa por umas horas a sua capela para ficar na igreja matriz, para as celebrações litúrgicas do dia 9, em memória de um passado significativo para as gentes de Machico.
A Festa Senhor dos Milagres resume-me a esta procissão, apenas com centenas e centenas de archotes e velas, em que a iluminação pública é apagada durante algumas horas e não há quaisquer enfeites ou motivos de "arraial popular", apenas a fé que tem marcado gerações de machiquenses, naturais e descendentes de uma cultura histórica incomparável, pois foi a terra "onde os navegadores portugueses aportaram" pela primeira vez na ilha, em 1419.
Pinturas flamengas do Museu de Arte Sacra do Funchal vão estar no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), entre 15 de Novembro e Março de 2018. São pinturas inéditas. Tais pinturas já estiveram em exposição em Itália e na Bélgica.
A exposição intitulada “As Ilhas do Ouro Branco – Arquipélago da Madeira – Do Século XV ao Século XVI”, reúne um conjunto de peças raras, referentes aos séculos XV e XVI. Em síntese, as pinturas e as peças reflectem “a importância que o comércio do açúcar teve na economia e na cultura de Portugal no Atlântico, sobressaindo no Funchal, a primeira cidade da Expansão Portuguesa”.