A toponímia portuguesa é considerada das mais antigas do mundo. Remonta ao século XV, a coincidir com o início dos descobrimentos. Na toponímia mas antiga os nomes de santos, reis, navegadores e igrejas, são os mais comuns.
Não há propriamente uma orientação consequente e etimológica dos nomes, o livre arbítrio permite decalcar nomes de "Cabeça Gorda" como de "Marteleira", "Curral das Freiras", "Milagres" ou "Bicharada", etc. Uma só palavra identifica, dá o mote histórico e coloca no mapa universal o lugar... mesmo quando repetido! Topónimos portugueses há para todos os inimagináveis registos.
Só não há, em Portugal, uma avenida, rua, largo, praça, beco, travessa, com o nome de PORTUGAL. Mas há, no nosso "alegre" país, topónimos: "Praça de Espanha", Praça do Chile", etc. etc. Bravo povo, Nação valente! Faça-se um monumento aos autarcas, primeiros autores e decisores da enciclopédia toponímica.
Neste dia 23 de Fevereiro, assinalam-se os 30 anos da morte do cantor, poeta e compositor português José Afonso, (tinha então 57 anos de idade), autor de "Grândola, Vila Morena", o ícone musical ligado à Revolução dos Cravos: "Grândola, vila morena / Terra da fraternidade / O povo é quem mais ordena / Dentro de ti, ó cidade" (...).
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Zeca Afonso) era natural de Aveiro (n. em Agosto de 1929), filho de um juiz e de uma professora primária. Ainda criança foi para Angola, devido à profissão do pai, mas fez estudos primários, secundários e superiores na metrópole (rectângulo continental português).
No liceu, por exemplo, conhece dois grandes nomes da "balada de Coimbra": António Portugal e Luiz Goes. Antes de se dedicar exclusivamente à música e às canções, Zeca Afonso, como ficou conhecido, deu aulas em vários liceus, foi expulso do ensino oficial, perseguido pela PIDE, dadas as suas intervenções de protesto e posições políticas contra o regime ditatorial.
Zeca Afonso marcou um tempo de luta, já distante, mas as suas canções ainda são recordadas com interesse e dão que pensar: "Amigo / Maior que o pensamento / Por essa estrada amigo vem / Por essa estrada amigo vem / Não percas tempo que o vento / É meu amigo também / Não percas tempo que o vento
É meu amigo também" (...)